A "PEQUENA NOTÁVEL"
O QUE É QUE ESSA BAIANA TEM?
De baiana? Só o estilizado traje que a consagrou. De carioca? O sotaque, a ginga, o remelexo, a simpatia no cantar e no dançar... De portuguesa? O berço...
Afinal, quem foi Carmen Miranda?
Foi a mais famosa showoman brasileira, porém nascida em Portugal, sendo assim luso-brasileira, com uma profícua carreira internacional. Foi quem conseguiu levar nossa língua e música às telas de Hollywood, chegando a ser a atriz hollywoodiana mais bem paga de sua época! Ao longo da carreira, ficou conhecida por três cognomes:
"A Pequena Notável"
(Por sua baixa estatura: 1,52 m)
"Embaixadora do Samba"
(A primeira sambista brasileira de carreira internacional)
"The Brazilian Bombshell"
(A granada brasileira)
Foi a mais famosa showoman brasileira, porém nascida em Portugal, sendo assim luso-brasileira, com uma profícua carreira internacional. Foi quem conseguiu levar nossa língua e música às telas de Hollywood, chegando a ser a atriz hollywoodiana mais bem paga de sua época! Ao longo da carreira, ficou conhecida por três cognomes:
"A Pequena Notável"
(Por sua baixa estatura: 1,52 m)
"Embaixadora do Samba"
(A primeira sambista brasileira de carreira internacional)
"The Brazilian Bombshell"
(A granada brasileira)O verdadeiro nome de Carmen Miranda era: Maria do Carmo Miranda da Cunha. Apesar de ser portuguesa de nascimento, tornou-se brasileira por adoção, pois sua família mudou-se para o Rio de Janeiro quando ela tinha apenas dez meses de idade.
"Sou filha de Portugal, mas o meu coração é brasileiro" (Carmen Miranda)
Desde criança já se revelava bastante talentosa com tendência para a música e dança. Após ser apresentada ao músico Josué de Barros, foi logo, logo levada para cantar em clubes e teatros. O seu primeiro grande êxito foi a música "Pra você gostar de mim" (Tá-Hi ou Taí). Gravou com vários compositores reconhecidos entre eles Lamartine Babo, Dorival Caymmi, Ary Barroso e Assis Valente, dos quais se tornou também amiga, pois sabia que a chave para um grande êxito está em uma boa composição.
As músicas na voz de Carmen logo tornaram-se sucessos absolutos em todos os meios de comunicação da época: rádio, cinema e televisão. No cinema brasileiro gravou cinco filmes, entre eles o famoso "Banana da Terra" (1939) onde aparecia por primeira vez caracterizada como uma "baiana", cantando o famoso tema: "O que é que a baiana tem?"
NOSSA 'EMBAIXADORA DO SAMBA' VAI PARA OS EUA:
"ADEUS, BATUCADA!"
"ADEUS, BATUCADA!"
Conforme já dissemos, também foi cognominada de "Embaixadora do samba" pois era a artista brasileira de sua época que mais fazia turnês pelo exterior. Só na América do Sul estreou no Chile, Argentina e Uruguai e aos 30 já era reconhecida em toda América Latina.
Neste mesmo ano, após ser vista por Norman Dee e pelo magnata teatral norte-americano Lee Schubert num espetáculo que fazia no Cassino da Urca, foi convidada por eles para trabalhar na Broadway e também para Hollywood, no cinema, o que a consagraria como cantora e atriz internacional. Aceitou, porém impôs uma condição: como ela sabia que os americanos não conheciam a música brasileira, ela só aceitaria ir para a Broadway se pudesse levar consigo músicos brasileiros, conseguindo assim levar com ela o "Bando da Lua" para acompanhá-la em suas performances. Quando de sua despedida, surge outro grande sucesso decorrente da situação que estava vivendo: "Adeus, Batucada" - uma canção triste, mas brilhantemente interpretada!
Em 1939, estreou num espetáculo musical em Boston e suas apresentações tiveram uma repercussão estrondosa! Já no ano seguinte, foi levada à Casa Branca para apresentar-se ao então presidente dos EUA, Franklin Roosevelt. Nos EUA cantava para programas de TV, Cassinos, Casas Noturnas, além de demais teatros norte-americanos. Com os seus chapéus exóticos, trajes exuberantes e sapatos de plataforma (sua marca pessoal, sem se falar do chapéu tutti-frutti), a pequena notável cantava rumbas e um repertório de marchinhas carnavalescas. Era conhecida nos EUA como "The Brazilian Bombshell" (A granada brasileira). Era a única atriz que não precisava ser dirigida, pois mesmo sem saber bem o inglês decorava a sua fala e a dos outros atores. Um ponto a se destacar era que exigia sempre que ela cantasse músicas brasileiras e em português em suas performances, além disso, também recitava frases inteiras no idioma luso, como uma marca de interpretação! Só nos EUA durante sua estada lá (de 1939 a 1955) estreou 14 filmes, gravou 38 discos com shows por todo o país e pela Europa.
Em 1939, estreou num espetáculo musical em Boston e suas apresentações tiveram uma repercussão estrondosa! Já no ano seguinte, foi levada à Casa Branca para apresentar-se ao então presidente dos EUA, Franklin Roosevelt. Nos EUA cantava para programas de TV, Cassinos, Casas Noturnas, além de demais teatros norte-americanos. Com os seus chapéus exóticos, trajes exuberantes e sapatos de plataforma (sua marca pessoal, sem se falar do chapéu tutti-frutti), a pequena notável cantava rumbas e um repertório de marchinhas carnavalescas. Era conhecida nos EUA como "The Brazilian Bombshell" (A granada brasileira). Era a única atriz que não precisava ser dirigida, pois mesmo sem saber bem o inglês decorava a sua fala e a dos outros atores. Um ponto a se destacar era que exigia sempre que ela cantasse músicas brasileiras e em português em suas performances, além disso, também recitava frases inteiras no idioma luso, como uma marca de interpretação! Só nos EUA durante sua estada lá (de 1939 a 1955) estreou 14 filmes, gravou 38 discos com shows por todo o país e pela Europa.
UM ANO DEPOIS DE REGRESSO AO BRASIL:
"DISSERAM QUE EU VOLTEI AMERICANIZADA..."
Entretanto, aconteceu um fato que marcou a vida de Carmen quando de seu regresso ao Brasil no ano seguinte a sua partida (1940). Ela foi acolhida no Cassino da Urca, muito bem reportada pela imprensa nacional porém criticada pois criam que aquela pompa toda não era apropriada para uma "sambista", se fosse ainda um cientista, um músico erudito, vá lá. Assim, foi vítima de uma emboscada de sua oposição sendo "vaiada" em sua própria terra - vaia esta que a artista jamais esquecera enquanto viveu, além de ter sido reportada por todos os periódicos da época.
Carmen tinha muitos inimigos no Brasil pois naquela época cria-se que o samba era "coisa de negro", "coisa do morro" e foi justamente esse ritmo tão recriminado pelos salões da alta sociedade que a consagrou e a levou até Hollywood, deixando a elite brasileira eternamente inconformada crendo estar sendo mal representada no exterior. Outras más línguas também diziam que o personagem que ela criou não representava o Brasil, pois tinha mais traços de "latina" do que de uma brasileira autêntica propriamente dita (como se os brasileiros também não fossem latinos...). A imprensa da época, aproveitando todo esse burburinho que se formou ao redor da figura de Carmen, tampouco a perdoou e publicou que "ela tinha voltado americanizada". Fato este, que Carmen reverteu a seu favor, pois lhe rendeu a gravação deste outro sucesso: "Disseram que eu voltei americanizada" (êxito absoluto).
Quando retorna aos EUA foi homenageada com a marca de suas mãos e pés na calçada na fama em Hollywood - foi a primeira latino-americana a ter impresso os pés e as mãos naquelas calçadas.
VOCÊ JÁ FOI À BAHIA? SE NÃO FOI AINDA, AURORA LEVAR-TE-Á NUMA VIAGEM MUSICAL POR ESTE ESTADO
Em 1933 Carmen ajudou a lançar na carreira artística a irmã Aurora Miranda, também cantora com quem chegou a formar duo artístico quando mais jovens nas turnês pela América Latina. Aurora acabou por passar por uma seleção e ser escolhida para representar o Brasil no filme de animação da Disney "Você já foi à Bahia?" (cujo título original era Los Tres Caballeros) em 1944. No Cartoon, interpretava uma baiana, e cantava assim caracterizada, como a própria irmã Carmen, vendendo pelas ruas de Salvador, com o seu tabuleiro, os "Quindins de Yayá". Além deste interpreta outros temas brasileiros.
UM ANO DEPOIS DE REGRESSO AO BRASIL:
"DISSERAM QUE EU VOLTEI AMERICANIZADA..."
Entretanto, aconteceu um fato que marcou a vida de Carmen quando de seu regresso ao Brasil no ano seguinte a sua partida (1940). Ela foi acolhida no Cassino da Urca, muito bem reportada pela imprensa nacional porém criticada pois criam que aquela pompa toda não era apropriada para uma "sambista", se fosse ainda um cientista, um músico erudito, vá lá. Assim, foi vítima de uma emboscada de sua oposição sendo "vaiada" em sua própria terra - vaia esta que a artista jamais esquecera enquanto viveu, além de ter sido reportada por todos os periódicos da época.
Carmen tinha muitos inimigos no Brasil pois naquela época cria-se que o samba era "coisa de negro", "coisa do morro" e foi justamente esse ritmo tão recriminado pelos salões da alta sociedade que a consagrou e a levou até Hollywood, deixando a elite brasileira eternamente inconformada crendo estar sendo mal representada no exterior. Outras más línguas também diziam que o personagem que ela criou não representava o Brasil, pois tinha mais traços de "latina" do que de uma brasileira autêntica propriamente dita (como se os brasileiros também não fossem latinos...). A imprensa da época, aproveitando todo esse burburinho que se formou ao redor da figura de Carmen, tampouco a perdoou e publicou que "ela tinha voltado americanizada". Fato este, que Carmen reverteu a seu favor, pois lhe rendeu a gravação deste outro sucesso: "Disseram que eu voltei americanizada" (êxito absoluto).
Quando retorna aos EUA foi homenageada com a marca de suas mãos e pés na calçada na fama em Hollywood - foi a primeira latino-americana a ter impresso os pés e as mãos naquelas calçadas.
Carmen tinha muitos inimigos no Brasil pois naquela época cria-se que o samba era "coisa de negro", "coisa do morro" e foi justamente esse ritmo tão recriminado pelos salões da alta sociedade que a consagrou e a levou até Hollywood, deixando a elite brasileira eternamente inconformada crendo estar sendo mal representada no exterior. Outras más línguas também diziam que o personagem que ela criou não representava o Brasil, pois tinha mais traços de "latina" do que de uma brasileira autêntica propriamente dita (como se os brasileiros também não fossem latinos...). A imprensa da época, aproveitando todo esse burburinho que se formou ao redor da figura de Carmen, tampouco a perdoou e publicou que "ela tinha voltado americanizada". Fato este, que Carmen reverteu a seu favor, pois lhe rendeu a gravação deste outro sucesso: "Disseram que eu voltei americanizada" (êxito absoluto).
Quando retorna aos EUA foi homenageada com a marca de suas mãos e pés na calçada na fama em Hollywood - foi a primeira latino-americana a ter impresso os pés e as mãos naquelas calçadas.
VOCÊ JÁ FOI À BAHIA? SE NÃO FOI AINDA, AURORA LEVAR-TE-Á NUMA VIAGEM MUSICAL POR ESTE ESTADO
Em 1933 Carmen ajudou a lançar na carreira artística a irmã Aurora Miranda, também cantora com quem chegou a formar duo artístico quando mais jovens nas turnês pela América Latina. Aurora acabou por passar por uma seleção e ser escolhida para representar o Brasil no filme de animação da Disney "Você já foi à Bahia?" (cujo título original era Los Tres Caballeros) em 1944. No Cartoon, interpretava uma baiana, e cantava assim caracterizada, como a própria irmã Carmen, vendendo pelas ruas de Salvador, com o seu tabuleiro, os "Quindins de Yayá". Além deste interpreta outros temas brasileiros.
E QUEM DISSE QUE VIDA DE ARTISTA É FÁCIL?
Vida, casamento, depressão, enfermidade e morte...
Mas, o que se conta é que Carmen nasceu no dia 9 de fevereiro em Marco Canaveses, cidade do Distrito do Porto (Portugal), filha de um barbeiro: José Maria Pinto Cunha e de Maria Emília Miranda e foi batizada como Maria do Carmo Miranda da Cunha. Estudou em colégio de freiras e aos 9 anos já trabalhava como vendedora em lojas fazendo-a abandonar os estudos logo depois para trabalhar. Seu primeiro emprego foi numa loja de gravatas, posteriormente, numa loja francesa de chapéus onde ela aprendeu logo a confeccionar todo tipo de chapéus (além de praticar o seu francês), aprendizado este que lhe rendeu muito para sua carreira futura pois era ela mesma quem confeccionava seu próprio figurino: trajes e chapéus.
Teve vários namorados no Brasil e nos Estados Unidos. No entanto, já morando na América do Norte por alguns anos resolve contrair núpcias em 1947 com o norte-americano David Sebastian.
Após o casamento com Carmen, seu esposo passa de empregado a ser empresário e patrão dela. Sendo este alcoólatra conseguiu viciar, desgraçadamente, também a Carmen, de modo que já não conseguiam administrar mais bem os seus contratos os quais se multiplicavam e sua saúde cada vez mais se debilitava. Não podendo atender a todos os contratos, chegou ao ponto de que o casamento deles entrava numa importante crise. O período pós matrimonial, foi uma época muito conturbada para Carmen marcada por pressões de ordem laboral, separações conjugais e reconciliações o que culminou, em 1948 num aborto, quando Carmen ainda contava já com 39 anos de idade. Ademais, sendo extremamente trabalhadora e perfeccionista queria abarcar todas as propostas de trabalho que lhe apareciam a sua volta (literalmente queria "abarcar o mundo com as pernas") até que seu corpo e saúde começaram a apresentar os primeiros sinais do fim da mocidade (como na canção "O tic-tac do meu coração"), sinais estes prenunciavam que deveria desacelerar todo esse ritmo frenético e descontrolado de vida, imposto pelo marido-empresário. Devido a tanto estresse psicossomático, a Pequena Notável acaba por cair em profunda depressão ficando dependente de estimulantes e calmantes, uns para poder seguir atendendo a sua apertada agenda de shows e os outros para conseguir dormir. Muito devota ao catolicismo, Carmen nunca antes houvesse admitido a ideia do divórcio, porém acabou por ir cedendo, quando de suas separações seguidas de reconciliações e depois da perda de sua única gravidez, e a fatídica constatação de que já não poderia ser mãe durante o que lhe restava de vida.
A FILHA PRÓDIGA VOLTA AO LAR